As mulheres são as maiores vítimas das chamadas dores crônicas. A dor de cabeça atinge mais de 80% das mulheres em idade fértil contra 65% dos homens segundo a OMS- Organização Mundial da Saúde. As disfunções da ATM também atingem mais mulheres que homens, será uma coincidência?
A ciência acredita que não.
Muitas pesquisas apontam a intricada biologia hormonal das mulheres como um possível fator que pese nessa diferenciação, entretanto pesquisas publicadas na Biblioteca Nacional de Medicina e Saúde dos EUA apontam para outros possíveis agentes: as bacterias.
Em um estudo publicado no Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, pesquisadores da Boston University, Goldman School of Dental Medicine identificaram a bacteria Chlamydia Trachomatis no ligamento posterior do disco articular de pacientes com desarranjo interno da ATM. O alto índice de de material bacteriano encontrado ocorreram em pacientes mulheres que são por sí só as maiores vítimas das patologias da ATM.
Os autores foram ainda mais longe e concluem o trabalho com o seguinte comentário:
” A presença deste organismo pode servir como um mecanismo patogênico das disfunções da ATM, como já demonstrado em outras articulações. Infecções assintomáticas por Chlamydia em mulheres poderia também explicar a prevalência dos sintomas de disfunção da ATM em mulheres.”
Algo a se pensar, não é?
Estudo e trabalho com DTM e dor orofacial e tenho encontrado um número muito maior de disfunções musculares provocando dor de cabeça, enquanto as desordens articulares e/ou mistas tem como principal queixa limitação de abertura e dor articular, e até mesmo sintomas otológicos.
Karinne
O tema DTM muscular vs DTM articular é dos que gosto bastante de abordar em palestras e cursos. É uma segmentação diagnóstica oriunda da teoria multifatorial e da biopsicossocial na qual vejo sérios problemas de lógica e de resultado. Escrevi um pouco sobre esse paradigma aqui no blog: DTM muscular vs articular.
Abraço,