Remédio para dor e tratamento da ATM/DTM, devo tomar?

Se você é do tipo que toma remédio para a dor orofacial, dor de cabeça ou dores crônicas em geral, fique esperto, você pode estar se expondo a grandes riscos de saúde!

Remédios para dor e riscos para a saúde

Algo extremamente comum na área de ATM e Dor Orofacial é o uso de de medicamentos, sendo que muitos profissionais os utilizam  como um dos principais recursos no controle da dor relacionada ao aparelho mastigatório.


Entretanto,  seu uso não é desprovido de riscos!

Além de simplesmente não funcionarem em um grande número de casos, vários desses medicamentos são extremamente tóxicos e responsáveis por uma grande quantidade de problemas de saúde na população, que vão desde leves irritações gastrointestinais à complicações renais, hepáticas (do fígado), doenças ligadas à hipertensão como acidente vascular cerebral e problemas cardíacos!

Em postagens anteriores, descrevi alguns dos principais efeitos colaterais dos AINES (anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina, paracetamol, naproxeno, diclofenaco etc) e porquê não costumo usar medicamentos para a dor nos meu pacientes, embora trate diariamente pacientes de dor crônica!

Nesta postagem da série Medicamentos para dor e Disfunção da ATM irei explicar um pouco a respeitos dos remédios mais utilizados e seus riscos para a saúde.

Remédios para Tratamento da ATM – DTM

No controle da  dor crônica, os profissionais das áreas odonto-médicas costumam utilizar, com mais frequência, os seguintes grupos farmacêuticos: analgésicos não narcóticos e AINES, opióides, antidepressivos e anticonvulsivantes, sendo que se convencionou uma certa hierarquia de abordagem do paciente com dor, que normalmente se inicia com os analgésicos não narcóticos. Portanto irei começar por este grupo!

Analgésicos não narcóticos e AINES

Um dos principais representantes desse grupo é o paracetamol, que no Brasil é comercializado com o nome Tylenol. Está entre os mais utilizados, entretanto, um dos maiores problemas com relação ao seu uso é o alto potencial hepatotóxico, ou seja, a grande possibilidade de produzir uma intoxicação no fígado, seja por uma overdose ou por uso constante do medicamento! É uma das causas mais comum de intoxicação em todo o mundo. Nos EUA e no Reino  Unido é a causa mais comum de insuficiência hepática aguda!

Muitos indivíduos com a toxicidade do paracetamol podem não ter nenhum sintoma nas primeiras 24 horas após a overdose. Outros podem apresentar, inicialmente, queixas inespecíficas como dor abdominal e náuseas. Com a progressão da doença, sinais da doença no fígado podem aparecer sob a forma de alteração do PH e do açúcar no sangue, sangramento fácil e encefalopatia.

Quando uma intoxicação ocorre, o tratamento visa remover a droga do corpo e reposição da glutationa, um nutriente antioxidante do fígado. O tratamento precoce da intoxicação tem um bom prognóstico, já o tratamento tardio, pode ter um resultado muito ruim…

Agora, se você costuma tomar o paracetamol quando sente dor, conheça os seguintes dados informados pelo toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas a Universidade de São Paulo:

“20 comprimidos de paracetamol por dia são suficientes para causar insuficiência hepática e levar à morte, (…) mas há pessoas que já tiveram falência hepática tomando 8 comprimidos de 500mg, que dá 4g.  É importante salientar que a máxima diária são 4g de paracetamol, desde que não tenha álcool, problema hepático ou o paciente não esteja tomando um outro remédio.” 

Em uma próxima postagem sobre o tema Medicamentos para Dor e Disfunção da ATM, abordarei outra droga bem conhecida das pessoas que sentem dor:  a aspirina.

Fique esperto!