Foi com surpresa que recebi, junto com os demais colegas do Ge-JAL que ministraram palestras na 1ª Jornada de Diagnóstico e Tratamento da ATM em La Plata, Argentina, a placa de Reconhecimento e Distinção da Universidade de La Plata, diretamente das mãos da Dra. Andrea Bono.
Em particular, a minha conferência abordou as interrelações entre aspectos neurológicos e estruturais no campo das disfunções e artropatias da ATM, no qual podemos atualmente entender, diagnosticar e medir quando e como os problemas articulares desencadeiam problemas musculares.
Isso implica que quando uma pessoa recebe o (pseudo)diagnóstico de “DTM muscular”, está apenas recebendo um diagnóstico superficial baseado numa espécie de, digamos, “geografia da dor”, ou seja, por doer as áreas do pescoço e face relacionadas a determinados músculos (geralmente masséteres, temporais e trapézios) são diagnosticados como portadores de DTM muscular, quando na realidade estes músculos podem estar com dor por razões completamente distintas. É aí que entra o diagnóstico diferencial e o entendimento neurofisiológico mensurativo, que torna possível entender o processo de sensibilização central e a fonte primária de nocicepção, bem como o papel de condições sistêmicas. Dito de outra forma, um “diagnóstico” de DTM muscular é apenas a ponta do iceberg. Saber porquê esse músculo dói, porquê esse músculo desenvolve pontos gatilhos ou bandas álgicas (trigger e tender points) é o ponto mais importante para poder tratar a causa e não apenas ficar paliando a dor muscular com procedimentos invasivos como agulhamentos, infiltrações anestésicas e toxina botulínica (botox).
Todo esse conhecimento passa pelo entendimento entre os aspectos estruturais, ortopédicos, neurológicos, imunológicos e metabólicos que foram foco da minha conferência intitulada: “Dimensão Vertical uma questão mecânica ou neurológica?”
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