Muitas pessoas me escrevem diariamente pedindo uma indicação de profissional que trabalhe com disfunção da ATM próximo da região onde mora. Entretanto indicar um bom profissional pode não ser tão fácil assim e até pode trazer complicações para quem indica, mas por quê ?
A resposta é relativamente simples: RESPONSABILIDADE.
A responsabilidade de quem indica um profissional é tão grande quanto for a confiança que a pessoa que faz a pergunta tem na reposta. Já aconteceu comigo de indicar um colega a um paciente e, por algum motivo, os dois não terem se dado bem e o paciente vir reclamar da indicação que foi feita.
Por este motivo, já há algum tempo que deixei de indicar nomes específicos de colegas salvo aqueles que realmente eu conheço o trabalho, e por “conhecer o trabalho”, eu quero dizer que já tenha visto casos tratados, ter visto alguma apresentação em congresso da área, publicações ou outra coisa que me faça acreditar que aquele profissional poderá , realmente, ajudar, além de ter uma boa inteligência emocional para lidar com os conflitos de quem sofre com dores crônicas.
Assim, quem ainda não encontrou um profissional que atenda as suas necessidades, eu sugiro utilizar os seguintes recursos:
- A ferramenta de busca no site do Conselho Federal de Odontologia e utilizar os filtros para procurar por região e especialidade;
- Há também as listas de profissionais em sites de instituições ligadas à dor crônica, disfunção e patologia da ATM, tais como Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, AACP- American Academy of Craniofacial Pain, dentre outras do gênero;
- Indicação do dentista que está lhe atendendo, caso ele não trate ATM, mas tenha alguém a quem costume encaminhar;
- Por último, e, talvez, a melhor forma é você mesmo como bom paciente informado, estudar o tema e poder ter uma base para conversar com os dentistas de sua escolha e então decidir com quem se tratar. Neste sentido sugiro que leia esta postagem aqui: Patologia e disfunção da ATM: o que esperar dos profissionais da área?
Atenciosamente,
Marcelo Matos
Olá, dr. Marcelo!
Primeiramente, quero parabenizá-lo pela iniciativa de manter este blog e ajudar tantos pacientes já desesperados com a falta de informações e opções sobre o assunto. Há três meses comecei a sentir desconforto na ATM. Já conhecia o problema porque minha mãe já sofrera com isso, então não tardei a procurar ajuda de uma dentista que trabalhasse com a área. Ela confirmou meu problema, mas não me deu qualquer informação sobre se ele era muscular ou articular, nem eu tinha conhecimento o suficiente para questioná-la sobre o assunto. Ela tentou inicialmente as terapêuticas clássicas (placa miorrelaxante e antiinflamatórios) e não pediu exames de imagem, mas apesar de ter melhorado a crise no momento, tive recidiva pouco depois. Ela me encaminhou então para a fisioterapia, com a qual eu até vinha obtendo bons resultados (vinha tendo cada vez menos dor), até que na última quinta-feira (14/06) à noite tive uma crise braba, com bastante dor ao mastigar. Depois disso, a dor tem diminuído, mas venho tendo um incômodo considerável no ouvido (sensação de pressão e plenitude, embora não tenha notado diminuição da audição. O fato é que depois de ler este blog, percebi que a condução do meu problema tem sido, em grande parte, incorreta, já que não sei sequer se meu problema é muscular ou articulatório nem fiz qualquer exame. Tenho estalo na articulação ao abrir amplamente a boca e fechá-la, mas não tenho mordida cruzada nem nada assim; a minha arcada inferior é só um pouco deslocada para a esquerda em relação à superior. Também não senti melhora com o uso da placa; na verdade, tenho a impressão é de que ela está tirando minha arcada superior do lugar original. Peço por favor, ENCARECIDAMENTE, que o senhor me indique alugm profissional no Rio de Janeiro cujo trabalho e resultados o senhor conheça. Tenho esperança de que, como faz só três meses que venho enfrentando este problema (nunca havia tido nada assim antes), que meu caso ainda não seja complicado e de que baste descobrir a raiz disso para que a terapêutica correta seja escolhida e eu possa me reabilitar.
Obrigada desde já.
Isabel
Dr. Marcelo, no site do GE-JAL, na lista de membros, encontrei uma especialista no Rio de Janeiro: Dra. Walmira Borges de Oliveira. O senhor conhece ela?
Ana Terra, acho que te respondi por e-mail também essa pergunta.
Sim, conheço a Dra. Walmira, a listagem do nome dela no site do Ge-JAL ocorre porque ela participou do curso de Patologia da ATM no Rio Grande do Sul. Mas eu não sei te dizer se ela está seguindo a linha neurofisiológica, pois há algum tempo não a vejo nos encontros do grupo. Todos que praticam a neurofisiológica precisam mostrar seus trabalhos nas reuniões semestrais do Ge-JAL, onde há oportunidade de cada um apresentar os resultados que vem obtendo na clínica e discutir com os demais colegas, caso contrário estará desatualizado.
Quanto ao laudo de sua ressonância, veja que o que aparece na ressonância e demais exames de imagem precisam ser considerados em conjunto com outros dados, como sua história clínica e parâmetros funcionais como cadência e simetria muscular, padrão de ciclos mastigatórios, exames laboratoriais, dentre outras coisas. Essa correlação será tão bem estabelecida quanto for a habilidade do profissional, que tem como base sua formação pessoal.
Atenciosamente,
Marcelo Matos
Olá Dr. Marcelo.
Moro no estado do RJ e gostaria de saber como faço para encontrar na internet especialistas que seguem a mesma abordagem sua, a neurofisiológica, pois não estou satisfeita com a abordagem multifatorial do meu especialista. Também não quero ir em um profissional que queira me levar logo para a cirurgia, pois eu já estou informada de todos os riscos e sequelas que ela pode causar. O que eu quero é uma investigação detalhada do meu problema. Foi detectada na minha RM uma discreta subluxação do disco articular esquerdo com redução e quando perguntei ao meu especialista qual a causa disto ele me respondeu que não dá para saber e que o importante é tratar a consequência! Fiquei super insatisfeita com essa resposta, e ele nem olhou direito as imagens da minha RM!
Entrei no blog do GE-Jal e encontrei uma lista de membros. Todos os membros do GE-Jal seguem a mesma abordagem sua?
Grata desde já.
Parabéns pelo blog! Que Deus o abençoe por estar esclarecendo as dúvidas de tantas pessoas! Depois que conheci o seu blog pode-se dizer que eu não sou mais a mesma: me sinto muito mais bem informada e segura agora para buscar uma solução para o meu problema.
Admiro a sua caridade de dedicar parte do seu tempo para esclarecer pessoas que passam por momentos de angústia e dor. Que Deus abençoe o senhor e sua casa por esta atitude.
Há 19 anos tenho tonturas constantes,principalmente,deitada ao virar para o lado direito. Em março fiz uma restauração no dente que ficou alta,não dei importancia,pensei:a boca acostuma. Em junho passei a sentir fortes dores no rosto,no ouvido e abaixo do queixo. Fui a outro dentista que me receitou miosan e compressas,apena pelos sintomas, disse que era atm. Sai da crise.Porém ela não tocou na restauração alta e disse que o meu problema era a prótese “folgada” e a falta de dois dentes. Acrescentou os dois dentes á prótese antiga,pois ela não queria fazer nada de definitivo em mim,recobriu os dentes da prótese tornando-os maiores e desse modo ela não mais tocava na restauração alta. Resultado: os meus dentes se afastaram da prótese e eu voltei a sentir dores,mas, em menor intensidade. Sem saber o que fazer ela me encaminhou para uma ortopedista funcional, mas eu não estou segura em procurá-la.O procedimento foi correto até aqui?
Mesmo sabendo que o senhor não gosta de indicar colegas, me agarro ao parêntese aberto pelo senhor “conhecer o trabalho” e me atrevo a lhe pedir ajuda. Rogo a Deus para que o senhor conheça um profissional que siga a sua linha de tratamento aqui em Recife, pois só assim teria certeza que resolveria o meu caso. Desde já agradeço a sua disponibilidade. Fique com Deus.
Maria do Carmo
Agradeço pelas palavras de motivação.
Bom, quanto ao seu caso em particular, parece que há mais de um problema sobrepostos entre si, de modo que é muito complicado eu opinar sem ter visto e analisado a sua situação pessoalmente. Por este motivo, não tenho como responder sua primeira pergunta “O procedimento foi correto até aqui?”.
O que posso dizer é que se certifique com o dentista de ter explorado ao máximo o diagnóstico antes de pôr qualquer plano de ação em prática. A idéia por trás disso é evitar ao máximo qualquer sequela indesejada.
Quanto à indicação, infelizmente não conheço ninguém em Recife que pudesse lhe indicar. Os colegas mais próximos que, talvez, possam lhe ajudar são os dentistas Bruno Cabus e Henrique Guimarães em Maceió. Se lhe interessar me escreva que verei o contato deles para te passar.
Atenciosamente,
Marcelo Matos