Recentemente temos abordado aqui no portal o tema inflamação e, em especial, o papel dela nos quadros de dor. Bom, nas disfunções da ATM (DTM) a inflamação é algo que também pode estar presente (e está na grande maioria das vezes) tanto em nível muscular como na própria articulação temporomandibular (ATM). Na imagem abaixo se pode ver o acúmulo de líquido do que normalmente vem descrito no laudo como “edema” ou “efusão” (as áreas em branco – setas amarelas):

Inflamação na ATM

Essa efusão nada mais é, na ATM,  que o equivalente ao inchaço (edema) que ocorre em uma inflamação na pele, no joelho ou na boca.

Dentro da ATM existe um líquido chamado de líquido sinovial, que normalmente não fica tão branco assim nas imagens de ressonância magnética, mesmo em T2, um tipo de processamento que evidencia o líquido dos tecidos.

Esse tom de branco, chamado de hipersinal, é fruto do acúmulo de líquidos, produzido pela atividade inflamatória. Estudos feitos em laboratório desse líquido nessas condições  tem demonstrado isso. Por exemplo, um estudo feito em 2010 na Universidade de Ishikawa , no Japão, avaliou 55 ATM com efusão e encontrou que os níveis de citocinas pró-inflamatórias estavam associados a estas imagens de efusão nas ressonâncias.

Curiosamente, a tabela de graduação do nível de inflamação  usada de exemplo, mostra um acúmulo de edema à associado ao um deslocamento de disco. Mais uma evidência que vai contra a ideia de que disco deslocado não representa maiores problemas, como mostrado no programa Bem  Estar da Globo e comentado por mim aqui:

Agora o mais interessante é como os autores do artigo discutem sobre a inflamação:

A ação biológica de citocinas é dependente da sua ligação a receptores de membrana específicos das células.  Níveis aumentados em ambos as citocinas pró e anti-inflamatórias, bem como um desequilíbrio em suas taxas, podem influenciar na homeostase, na defesa imunológica e no prognóstico da DTM.

Ou seja, o que o paciente irá vivenciar a médio e longo prazo está relacionado ao equilíbrio (ou desequilíbrio) entre os níveis de compostos anti e pró-inflamatórios!

E como influenciamos os níveis dessas substâncias no organismo? 

Se você disse que é com a alimentação você acertou! Claro, há outras formas de influenciar estes níveis, mas, certamente, um programa alimentar anti-inflamatório é o mais saudável e prático de se fazer e sem efeito colaterais!

Por isso convidei a Dra. Ítala Geraldine, nutricionista, que tem postado aqui no portal sobre o papel da nutrição no controle dos processos inflamatórios relacionados à ATM e também sobre outras doenças dolorosas crônicas! Aquele velho ditado  “Você é o que você come” nunca fez tanto sentido!