Começar outro tratamento? Procurar outro dentista? Procurar outro profissional de saúde? Ficar revoltado? Se conformar? Desistir de resolver? Não, nada disso…
Certamente há motivos específicos que levaram à falha do tratamento e insatisfação dos resultados. Alguns desses motivos podem ser devido às questões técnicas ou mesmo pela limitação científica de certos aspectos dessa área da saúde. Assim, decidi expor aqui algumas coisas importantes que VOCÊ precisa saber a respeito desta área.
A pergunta que precisa ser feita não é “o que devo fazer?”, mas sim “o que devo SABER sobre esse tema para tomar as melhores e mais seguras decisões quanto ao tratamento?“.
Bom, quando coloco a questão sob esse prisma, muitos podem tecer a replica com a idéia de que é o profissional que tem a obrigação de ser o expert no assunto, não o paciente, que é leigo e procurou o profissional de saúde por uma necessidade fora de sua área de conhecimento.
Ora, essa é uma replica válida e, de fato, a responsabilidade do profissional é grande, mas é você, o paciente, que irá arcar com as consequências sejam elas boas ou ruins. É a SUA saúde que está em questão e você precisa ser um paciente informado.
Irei explicar sim o que você deve fazer quando o tratamento que você fez não funcionou, mas antes vou explicar o que você precisa SABER…
É preciso saber que:
- a área de saúde não é exata, logo a compreensão da extensão do problema, da gravidade, dos riscos e benefícios de um determinado tratamento precisa ficar bem clara. Além disso as doenças relacionadas às dores crônicas, como é o caso das disfunções da ATM, estão no limite do conhecimento científico atual. Isso significa que o que é certo hoje, pode não ser amanhã, de modo que a recomendação geral é que se procure tratamentos mais reversíveis e menos invasivos possíveis, pois muitas pessoas acabam com tantas sequelas devido aos variados tratamentos que fizeram, que terminam com uma qualidade de vida pior que a que possuiam antes;
- o diagnóstico não pode ser superficial. É preciso se aprofundar ao máximo no cerne do problema, pois se não for assim, o tratamento também pode acabar ficando superficial;
- quanto mais você se informar sobre o assunto, melhor, pois sua compreensão da situação permitirá conversar em outro nível com o profissional e, inclusive, avaliar o quão razoável é a proposta terapêutica que lhe está sendo oferecida. Esso será a melhor forma de evitar um tratamento com alto risco de sequelas graves ;
- cuidado com as expectativas. Se você não tiver compreendido bem os limites dos benefícios possíveis de serem obtidos, você poderá ficar frustado(a) com o tratamento, mesmo que tenha tido um resultado bom para a situação, pois esse “bom” pode estar abaixo do que você esperava.
- o paciente que chega no profissional e confia cegamente no que ele diz por causa do currículo ou dos diplomas pendurados na parede, pode estar a um passo de tomar o caminha mais arriscado… Especialmente em casos de propostas terapêuticas irreversíveis como as cirurgias. O ideal é, tendo conhecimento do assunto, procurar saber quais são os fundamentos científicos do que quer que lhe seja que oferecido. Um bom profissional, não irá se incomodar e saberá facilmente explicar os detalhes da situação.
É preciso fazer:
- uma busca por profissionais atualizados. Isso significa você utilizar bem a internet, as redes sociais, as listas disponíveis nos sites do Conselho de Odontologia e de instituições ligadas ao tema como a AACP – American Academy of Craniofacial Pain, ABCM – Associação Brasileira de Patologia Cranio Mandibular, dentre outras;
- é preciso participar do tatamento. Existe uma máxima na área da saúde que diz que 70% do tratamento depende do paciente. Isso é válido para ATM também, pois nada adianta o profissional dar o melhor de si, se o paciente não seguir as recomendações e não participar do próprio tratamento;
- é preciso se preparar psicologicamente para passar por fases difíceis que, por ventura, venham ocorrer durante o tratamento;
- uma vez estudado e depositado a sua confiança no profissional, é preciso seguir o tratamento até o fim. Desistir nas primeiras dificuldades pode impedir que você possa se beneficiar posteriormente.
- não conseguindo melhora, mesmo o profissional tendo utilizado todos os recursos que ele tenha disponível para o caso, é hora de tentar outro profissional e aumentar ainda mais a ênfase no diagnóstico diferencial.
Boa sorte na sua jornada.
Dr bom dia onde fica essa clinica é Salvador sou de Vitória da Conquista Ba tenho DTM deslocamento de disco com estalo já passei por 5 Buco maxilo facial inclusive um em salvador 2 disseram q teria q fazer cirurgia os outros indicaram o uso da placa e o último q fui indicou tratamento c agulhamento a seco mais estou com dúvida se resolverá meu problema sinto muitas dores de ouvido zumbido às vezes dor de cabeça , fase confesso q estou em segura se dou início ao tratamento c agulhamento a seco o
Médico falou q depois vai passar uns exercícios e fisioterapia será se após algum tempo não voltarei a sentir os sintomas?? Me passe onde vcs atendem??
Olá Vania. Nossa equipe possui atendimento em Vitória da Conquista com o Dr. Marcelo Chiarini. Você pode entrar em contato com ele através do link abaixo:
Tratamento da ATM em Vitória da Conquista
Sobre o seu caso, o mais importante é um diagnóstico. O que está causando sua DTM? O que causou o deslocamento de disco? O Dr. Marcelo Chiarini escreveu um post justamente falando sobre DTM’s e diagnóstico, relatando o caso de um paciente dele:
Qual a Diferença entre DTM Muscular e Articular?
Tratar os sintomas de fato nos ajuda a sentir melhor, mas mesmo os sintomas desaparecendo, se a causa do problema não for identificada e tratada, há grandes chances de os sintomas retornarem ainda de forma pior.
gostaria de sua indicação de um otimo profissional na area neurofisiologica proximo a mg pode ser sp ou minhas mas um que investigue a fundo por meio de exames
ola Monica!
no site Patologia da ATM tem a relação de clinicas/profissionais. Tem ai o Dr. Marcus em Diamantina MG.
Abraços!
Boa noite,
Gostaria de saber sua opinião. Tenho 48 anos e há mais de 5 anos que após algum tempo com estalos sonoros na ATM esquerda, virou dor quando mastigo, bocejo ou abro a boca ao limite. Já só abro a boca 2 dedos. Já consultei vários especialistas que me propuseram várias soluções: goteira à noite e quando estou em casa, uns, aparelho ortodoncio fixo pelo menos 2 anos, outros, colocar os dentes que me faltam(4),outros ou, tomar anti-inflamtórios e não fazer nada ou, ainda, tomar uma injecção de um líquido para lubrificar a articulação… Percebo que não há consenso e que com muita frequência são apontadas soluções algo levianamente sem um diagnóstico aprofundaddo, nunca me pediram ressonância magnética, apenas RX facial. Sinto medo de iniciar um tratamento que me ponha pior… Aliás, optei por iniciar, a ver se não pioro, a colocação da goteira, há cerca de 1 mês e não noto melhoras, acho até que piorei… Não sei se me poderá dar a sua opinião ou se me pode indicar uma referência aqui em Lisboa onde moro? Obrigada.
Cumprimentos
Cristian
Cristina
Você está certíssima em ter cuidado com os tratamentos propostos, pois os que são irreversíveis (como cirurgia) se piorar…
Bom, a questão é que os estalos indicam a presença de um dano estrutural na ATM que pode ter diferentes causas e, sendo assim, o tratamento para ser eficiente precisa considerar esta causa e ter um objetivo específico. Um estalo produzido por um dano de origem traumática tem o tratamento completamente diferente de um que tenha sua origem em alguma doença reumática, por exemplo.
Assim, o que você precisa fazer é procurar um dentista com experiência em patologia da ATM que poderá pesquisar a natureza do problema mais a fundo antes de sugerir qualquer tipo de tratamento.
Para isso, escrevi já há algum tempo, um texto comdicas para ajudar a localizar um profissional bem preparado: Patologia e disfunção da ATM: o que esperar dos profissionais da área?
Há também um outro texto que escrevi, mais voltado para dentistas (convidando-os a refletir sobre o assunto), que lhe ajudará a entender a falta de consenso que você notou na área: Disfunção da ATM: quando os tratamentos falham e/ou precisamos mudar de paradigmas.
Atenciosamente,
Marcelo Matos
ME MANDE ARTIGOS, POR E-MAIL SE POSSÍVEL.
Leonardo
Tanto um como outro podem ser usados em termos de placas oclusais. Entretanto se o que você quer é “miorrelaxar”, não é só o material que deverá ser considerado, mas sim se eletromiograficamente os músculos relaxam de fato e isso é algo que para ser conseguido, independe de ser utilizado ASA ou outro articulador qualquer.
Outra coisa a ser considerada, é que se você não detectou via eletromiografia uma hiperatividade, não há porque “miorrelaxar” (lembrando o significado da palavra: mio= músculo). Isto é importante de ser levado em conta pois está relacionado ao modelo de dor crônica muscular que se utilizava no passado e onde se acreditava que o paciente tem dor por estar com a musculatura tensa ou hiperativa e que já foi derrubado há muito tempo. Sugiro a leitura do artigo: The pain-adaptation model: a discussion of the relationship between chronic musculoskeletal pain and motor activity
Isso não quer dizer que certas placas oclusais, utilizadas de maneira inteligente, não produzam melhora na dor. Podem produzir sim. Mas não necessariamente por ter miorrelaxado.
Se você tem interesse no tema sugiro dar uma olhada no conteúdo programático do curso que eu coordeno: Mini Residência Clínica em Patologia da ATM.
Leia também esta postagem: Disfunção da ATM: quando os tratamentos falham e/ou precisamos mudar de paradigmas
Atenciosamente,
Marcelo Matos
DR. marcelo
qual o melhor material para placa miorelaxante, silicone ou acrilico?
montar em ASA?
O QUE VC ACHA DESSE TRATAMENTO?
ABRAÇO. GRATO PELA ATENÇÃO
LEONARDO LUIZ .M GUIMARÃES-CIRUGIÃO-DENTISTA