Continuando a série sobre exames complementares e patologias da ATM, comentarei aqui sobre as duas
primeiras respostas à pergunta abaixo:
É possível fechar o diagnóstico SEM os chamados “exames complementares”?
Respostas:
1. Sim, porque na anamnese e exame clínico as coisas podem estar claras e fechar o diagnóstico com base nos sinais e sintomas;
2. Sim, pois assim como na medicina, há doenças que o diagnóstico é eminentemente clínico como, por exemplo, a fibromialgia.
3. Sim, depende da experiência do profissional;
4. Sim, pois nem todo paciente pode pagar por uma ressonância magnética ou uma tomografia e aí se pode diagnosticar e tratar com base no diagnóstico clínico.
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Os “sim” de números um e dois caracterizam o típico caso de doença diagnosticada apenas com base nos sinais e sintomas, mas qual o problema nisso? Está correto? Sim, está correto, mas INCOMPLETO e INSUFICIENTE no que diz respeito as patologias da ATM e diversas outras enfermidades na medicina.
Diagnosticar com base em sinais e sintomas é uma das características mais antigas e fundamentais das ciências da saúde, afinal, desde os tempos mais remotos da história humana, os sinais e sintomas são as primeiras coisas que uma pessoa pode detectar ao perceber que alguém está doente. Mas, à medida que o conhecimento científico e a tecnologia foram se desenvolvendo, tornou-se possível investigar doenças mesmo que elas não estejam manifestando sintomas em um dado momento. Deste modo, a partir do instante em que é possível saber se há ou não uma patologia (doença), diagnosticar apenas com base nos sinais e sintomas pode ser INSUFICIENTE, como o é no caso de patologias da ATM!
Exemplos não faltam, uma metástase pode estar completamente assintomática e, no entanto, ser detectada numa cintilografia; uma palpação mamária pode não detectar um lesão muito pequena, mas uma mamografia ou uma ressonância magnética pode percebê-la; um disco da ATM completamente lesionado e deslocado pode não produzir ruído nenhum e ser detectado na ressonância magnética…
Isso faz com que a avaliação fundamental (anamnese e exame clínico) seja obrigatoriamente complementada por estudos dirigidos a um determinado fim, seja ele para confirmar ou para excluir uma hipótese de diagnóstico.
Até mesmo doenças que não possuem um exame que a possam determinar como é o caso da fibromialgia, migrâneas, dentre outras precisam que sejam utilizados estudos complementares para exclusão de enfermidades similares, por mais típico que seja o quadro clínico, sob o risco de se iniciar um tratamento que a médio/longo prazo descobre que estava inadequado, incompleto ou desnecessário.
Fique esperto!
olá,tennho um paciente com hipomobilidade mandibular,pós cirurgia cerebral sou fisio e venho tratando já 5 sessoes com melhoras satisfatórias,
vc me aconselha pedir uma ressonãncia magnética?Uso ultra som,manobras intraoral,exercícios de relaxamento ocular,cervical, trapézio,…alonganento e fortalecimento,exercicios pra casa.tb bolsa termica.sua visão melhorou,edema está diminuindo,por favor me de mais informações sobre a dor que sente quando (mastiga)NÃO QUANDO ABRI E FECHA A BOCA. Pode ser no lig.hioídeo????Quais orientoçÕES PODE ME DAR? OBRIGADA ESPERO ATENCIOSA SUA RESPOSTA.
UM ABRAÇO ,MARIA CRISTINA
Olá Gabriela, seja bem vinda ao blog!
Essa relação temporal com a instalação da PT pode ser causal OU NÃO e isso é uma das coisas que você deve estudar nesse caso antes de tentar qualquer das duas opções. Se não for causal, a primeira opção (diminuir a DV) pode danificar a PT e não resolver, enquanto que a segunda pode criar um gasto a mais (para vc ou para a paciente)com a construção do dispositivo e igualmente não resolver. Não coloquemos o “carro na frente dos bois”, primeiro o diagnóstico e depois o tratamento… Para não ficar na base das tentativas.
Na radiografia que você fez da paciente, há algum indício de compressão retrodiscal (mantida ou agravada pela PT)?
Lembre-se que a dor é só o sinal de alerta e costuma ser cíclica, então não confie APENAS nela como parâmetro para saber se solucionou o problema ou não.
Quanto à hipomobilidade, esta pode ser por diferentes motivos como, por exmplo, um disco articular deslocado que, aliás, promove um quadro com características similares a esta que você relatou. Nessas situações, há quem preconize fisioterapia para aumentar a amplitude de movimento, entretanto eu prefiro checar primeiro com uma ressonância magnética, pois há certas situações que contra-indicam (pela minha experiência) completamente a fisio.
Qual é o seu diagnóstico presuntivo do caso?
tenho uma paciente em que fiz uma PT e depois de 2 meses ela ficou com dor na ATM pedi para ela um RX intracraniana da ATM e o laudo deu HIPOMOBILIDADE da ATM esquerda e ela está com muita dor e eu não sei o que fazer estou com dúvida se eu diminuo a DV com desgastes se coloco uma placa de michigam ? gostaria de uma opinião ?
grata