É muito difícil responder à essa pergunta uma vez que preço e valor são duas coisas diferentes e bastante individual. Talvez, para ajudar a cada um encontrar a resposta por si mesmo, eu possa oferecer alguns pontos para reflexão.
Existem dois aspectos que qualquer pessoa precisa pôr na balança para responder à pegunta do título: um é o quanto cada um está disposto em investir na própria saúde e o outro é com relação à qualidade do que está sendo oferecido como solução.
Para o primeiro, você pode responder as sequintes questões: qual o valor que você atribui à sua saúde? Quanto você está disposto(a) a investir no restabelecimento dela? Entretanto, para responder a essa pergunta você tem de ter uma real noção da extensão e dimensão do seu problema na ATM e qual o impacto que essa disfunção tem ou pode vir a ter em sua vida, o que nos leva ao segundo aspecto a ser posto na balança: o que é exatamente o serviço que lhe está sendo oferecido? Você sabe qual é o seu diagnóstico? Você compreende ele (o diagnóstico)? Você se sente seguro(a) com as explicações que lhe foram dadas? A proposta de tratamento que lhe foi feita está atualizada? Qual é o suporte científico dessa proposta?
Assim, o que posso sugerir é que se infome o máximo possível sobre o assunto para que possa ter alguma base ou ponto de referência e, então, converse com seu dentista a respeito do seu caso. Tire todas as dúvidas, pergunte se o diagnóstico está fechado ou se há ainda o que investigar, qual os objetivos do tratamento, como os resultados poderão ser medidos, o que se espera do mesmo, quais são as limitações, o prognóstico, dentre outras coisas. Tenha em mente, que em tempos de internet, a melhor ferramenta à sua disposição é a informação. Faça uso dela, que você mesmo poderá chegar a uma conclusão.
Boa sorte em sua decisão!
Olá, DR. tenho problema de ATM, desde q nasci, são dores no lado esquerdo da face. estalos.dor de cabeça. zumbido no ouvido, impaciência, cansaço no rosto e não tenho postura. poxa, não sei mais oq fazer. por favor, DR. mim dê uma luz.grato, sem mais.
Erasmo
Quais são as estruturas danificadas em sua ATM?
O que as causou?
Como se relacionam com seus sintomas?
Como afetam o funcionamento?
É reversível?
Enfim, qual seu diagnóstico?
Essas são as perguntas para as quais você deve buscar as respostas. Sugiro que procure um dentista com formação em patologia da ATM.
At.te,
Marcelo Matos
Olá, tenho problemas de travamentos na ATM já há dez anos, usei a chamada placa noturna, extrai os dentes do siso; alguns dentistas e até mesmo o buco maxilo me recomendaram o uso do aparelho ortodôntico.
Já pensei em cirurgia pra ver se acabo de vez com esse problema, tenho medo de desalinhar a face, já que o travamento é bem maior do lado direito. Qual profissional deevo procurar, o buco maxilo nesses casos é a melhor opção?
Joyce
Aparelho ortodôntico apenas alinha os dentes, mas não trata os problemas próprios da ATM. Dê uma lida nesse texto aqui: Tratamento ortodôndico e disfunção da ATM
Com relação a cirurgia, o seu receio é pertinente. Os riscos de ocorrer sequelas importantes é bem real. Veja esses tópicos aqui:
Quando a cirurgia da ATM falha…
A jornada de Abby: cirurgia da ATM e suas consequências
Atenciosamente,
Marcelo Matos
Se o tratamento proposto for conservador e reversível você pode apresentá-lo ao paciente mas não dê nem tenha muitas expectativas. Deixe o paciente bem ciente das limitações, riscos e benefícios do que for proposto.
Atenciosamente,
Marcelo Matos
bem, partindo do pressuposto que o otorrino
realmente fez uma avaliação adequada e teoricamente afastou ”totalmente” a
hipótese de distúrbio auricular, acabou sobrando pra dtm a origem do
problema mesmo.*
*Parece ser consenso que esse zumbido pode ”regredir” mediante o
tratamento do caso, também imaginado que o diagnóstico do problema seria
microtraumas referente a hab.paraf(bruxismo), lacidão ligamentar, talvez
algum desconforto muscular.
Tá, o zumbido nao podemos garantir nada,
mas e o tratamento do paciente, fazer o que? lembrando que me foi relatado
que ele nao apresenta dor!*
Para essa lacidão, fisioterapia, certo? Mas o que escrever para o
fisioterapeuta no encaminhamento?
E o dispositivo oclusal, uma placa estabilizadora (de acordo com aquelas 7
funções de seu mecanismo de ação) se faz necessária?
Quero sua opinião
Oi Marcelo, tudo bem? Uma colega minha ta com um paciente e me mandou um email. Ela diz q o paciente ta preocupado com o zumbido q tem. Eu fiz uma série de questionamentos com relação à características clínicas do paciente e ela me escreveu:
”Ele tem bruxismo, usa uma placa gasta há algum tempo e vive estressado (é engenheiro, cheio de trabalho). Ele já foi num otorrino, entao sabe que nao é nada auditivo…nao sente dor, mas tem casaço muscular, consegue ficar pouco tempo com a boca aberta. Pedi uma transcraniana e ele tem o condilo posteriorizado em boca fechada e o condilo anteriorizado com a boca aberta…os ligamentos dele estão afrouxados pelo jeito, até expliquei pra ele, e neste caso tem que fazer fisioterapia, né?Vou fazer uma nova placa pra ele, mas ele se sente mto incomodado com o zumbido, apesar de nao ter dor…nao sei se isso passa com a placa nova, mas tenho medo de fazer algo errado…tem que fazer fisioterapia nestes casos?ele nao toma medicamento, é saudavél e mto certinho”
Todos os relatos me parecem padrão de um individuo q realiza parafuncao há tempos(microtraumas e nao houve macrotrauma), estado emocional alterado e mto provavelmente o dispositivo oclusal nao deve estar adequado né. deve apresentadar uma lacidão ligamentar, q requereria uma fisio mesmo. Mas a minha duvida é o zumbido. Se o otorrino afastou a hipótese de problema oto, oq mais poderia se afirmar com exatidão desse zumbido, e pós tratamento nao pode se garantir q ele desapareceria né.
Me dá uma opiniao Marcelo, grato!
Olá Gustavo,
O zumbido é muito complicado de manejar mesmo pelo prisma odontológico do tratamento da ATM.
Mesmo que se consiga uma melhora do estado emocional como você irá mensurar o efeito do dispositivo oclusal sobre o mecanismo do zumbido? Aliás, de onde está vindo o zumbido?
Isso não é 100% seguro em função de não se conhecer todos os fatores etiológicos do zumbido e também da limitação tecnológica e científica da compreensão atual do que é o zumbido. Dito de outra maneira, você pode ficar tratando um paciente de zumbido com placas e não ter êxito porque há uma causa médica não diagnósticada.
Essa é a pergunta de milhões de dólares… Ainda não há um método para afirmar nada com exatidão sobre o zumbido.
Nem “pós” e nem “pré”. Pense bem, como algo que não sabemos bem o que causa, que os médicos também não sabem, que não tem como medir com exatidão, que até a forma de quantificar é extremamente subjetiva, como vamos poder garantir qualquer resultado? Na odontologia, a maior parte dos procedimentos possuem obrigação de meio, isto é, você se compromete a fazer o melhor possível, mas não que o resultado almejado será alcançado. Isso seria obrigação de resultado e, na área da saúde, fora a parte de estética, esse tipo de obrigação é muito complicado de assumir.
Há certas caractérísticas audiométrica, que se estiverem presentes, já descarta quase completamente a possibilidade de algum resultado via odontologia, mas se a audiometria estiver “normal”, nada pode ser interpretado a esse respeito. Outra coisa é a presença de um GAP aéreo-ósseo que pode indicar uma mínima (põe mínima nisso) chance, mas nada que se possa garantir.
Há outras coisas também que podem dar dicas a respeito do que esperar de casos assim, mas não há como eu discorrer sobre elas aqui pela internet, mas são temas abordados no programa de Mini Residência Clínica em Patologia da ATM que eu corrdeno.
Atenciosamente,
Marcelo Matos