Quando uma criança bate o queixo, a primeira preocupação costuma ser com os dentes e com os lábios, que normalmente são as áreas mais frequentemente machucadas e que chamam atenção, especialmente quando sangram. Quando o pai, a mãe ou responsável leva essa criança na emergência por ter fraturado um dente, avulsionado (“arrancado”) ou intruído (empurrado para “dentro” do osso), toda preocupação gira em torno de cuidar dessas lesões visíveis. Entretanto há um tipo de lesão que costuma passar despercebida, a fratura em “galho-verde” do côndilo da ATM.
Este tipo fratura acontece quando a força do impacto no queixo chega na parte de trás da mandíbula resultando em uma dobra no eixo de crescimento do côndilo que, em crianças de até oito anos de idade, ainda é muito flexível. Assim, em vez de quebrar como um osso de um adulto, quebra como um “galho-verde”, fazendo uma dobra sem deslocar as pontas na linha de fratura. Esse tipo de lesão na ATM passa despercebida na maioria das vezes, pois gera poucos sintomas na criança e, as poucas alterações de movimento ao abrir e fechar a boca, nem sempre chama a atenção dos pais ou do profissional que atende a emergência.
Nas imagens a seguir é possível ver esse tipo de fratura no côndilo da ATM (em realidade no colo da cabeça da mandíbula):
O mais curioso é que o traumatismo não precisa ser muito grande para produzir este tipo de problema. Muitas vezes o queixo irá ficar apenas vermelho ou com um hematoma, mas a sequela na ATM estará lá…
Esse tipo de lesão poderá ter como consequências, alterações de desenvolvimento da mandíbula, resultando em problemas da mordida ( má oclusão), bem como a simetrias faciais e retrognatismo.
Quanto às dores e disfunção da ATM, o mais comum é que os sintomas apareçam apenas no início da idade adulta.
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