? Esta é um uma ressonância magnética dinâmica da ATM. Nela você pode visualizar a cabeça da mandíbula (côndilo, em vermelho) e o disco articular em funcionamento, durante a abertura e fechamento da boca. Também é possível visualizar outras estruturas que compõem a ATM, como os ligamentos e a fossa mandibular. Quando abrimos a boca, o côndilo se move para frente e para baixo, num movimento composto de rotação, (no início) e translação (quando se desloca para a frente). É este movimento que sentimos quando colocamos as mãos à frente dos ouvidos e abrimos a boca. ?
Esse movimento composto ajuda a lubrificar e nutrir a ATM, pois quando o côndilo translada para frente, ele alivia a pressão na região posterior, que é bem vascularizada (região retrodiscal) e que se enche de sangue. Ao fechar, ele comprime essa região bombeando uma certa quantidade de filtrado sanguíneo para dentro da ATM, que ao passar por uma membrana ali presente, recebe alguns componentes formando o líquido sinovial, que é o lubrificante natural da articulação. ?
No vídeo é possível observar esse fenômeno. Ao transladar, a parte de trás do côndilo fica bem clara (hipersinal), que é justamente o fluxo de líquido. Ao fechar, o côndilo comprime o líquido ficando tudo cinza novamente e o disco, por sua vez, facilita todo o movimento e ajuda a distribuir o líquido internamente na ATM.
É por isso que qualquer dano ao disco, à anatomia do côndilo ou qualquer restrição ao movimento favorece o aparecimento de alterações degenerativas. ? A natureza é ou não incrível?!!! ?
Boa tarde, Marcelo.
Tenho 20 anos e há cerca de 4 meses comecei a ter estalos acompanhados de crepitações na articulação e uma espécie de zumbido que aumentava muito ao apertar os dentes junto com sensação de ouvido entupido, porém sem nenhuma dor. Passei por 5 otorrinos e, após realizar diversos exames, todos me disseram que os resultados eram perfeitamente normais e eu não possuía nenhum problema aparente que eles pudessem resolver. Dentre os exames realizados na época estavam a ressonância magnética e tomografia da ATM, ambas apontaram que não havia alterações significativas.
Algumas semanas após estes exames fiz a extração de todos os sisos e 2 dias após as dores começaram nos dois lados da face, principalmente nos seios da face e na região temporal. Decidi então procurar um cirurgião buco maxilo facial e levei a ressonância e tomografia que havia feito antes. Ele deu uma olhada nas imagens e não concordou com o laudo dos exames, disse que havia um deslocamento de disco junto com a presença de alguns pequenos ósteofitos em um dos côndilos. No exame físico ele também notou que a minha mordida era classe 2 e na abertura de boca ocorria um deslocamento para um dos lados. Ele pediu então pra que eu realizasse outra ressonância magnética para ver se algo havia mudado nesses meses.
O laudo da nova ressonância apontou um deslocamento póstero-medial de ambos os discos, junto com um pequeno cisto em uma das ATMs. Voltando ao consultório o doutor apontou que a DTM teve origem por conta de problemas de oclusão junto com estresse e propôs a seguinte abordagem: uma artroscopia em ambas ATMs para realizar lavagem junto com viscossuplementação, após isso algumas sessões de fisioterapia e um tratamento ortodôntico com aparelho e, após todos estes procedimentos, uma cirurgia ortognática para reposicionar a mandíbula.
Entendo que é MUITO complicado opinar com base apenas neste relato mas, com a sua experiência, você recomendaria a realização de consulta com outros especialistas antes de proceder o tratamento proposto?
Pergunto isso pois os sintomas que possuo apesar de incômodos não são completamente insuportáveis e tenho um pouco de receio dos riscos da cirurgia.
Olá Enzo, te mandei um email.
Atenciosamente,
Marcelo Matos